Segundo a Associação Americana de Endocrinologistas, 27 milhões de americanos sofrem de disfunção tireoidiana – metade dos quais não são diagnosticados. O hipotireoidismo subclínico, uma condição na qual o TSH é elevado, mas o T4 livre está normal, pode afetar mais 24 milhões de americanos. Em conjunto, mais de 50 milhões de americanos são afetados por alguma forma de distúrbio da tireoide.
A síndrome metabólica (SM), também afeta 50 milhões de americanos. A resistência à insulina, um dos componentes da síndrome metabólica, afeta até 105 milhões de americanos. Isto é 35 % da população. A síndrome metabólica tornou-se tão comum que pode futuramente levar à falência do sistema de saúde americano. No Brasil esta tendência é ainda mais forte.
Este artigo é um excerto do livro Tratamento da Tireoide.
Tanto a síndrome metabólica e a resistência à insulina são fatores de risco para doenças cardíacas e diabetes tipo 2, duas das principais causas de morte nos países desenvolvidos. Estes dados americanos podem ser interprestados como uma previsão daquilo que vai acontecer na saúde dos brasileiros e portugueses.
Com uma alta prevalência da disfunção tireoidiana e da síndrome metabólica, você pode suspeitar que haja uma relação entre as duas… E você estará certo.
Estudos mostram um aumento da frequência de doenças tireoidianas em diabéticos, e uma maior prevalência de obesidade e síndrome metabólica em pessoas com distúrbios tireoidianos.
Isso acontece porque o bom funcionamento da tireoide depende de níveis normais de açúcar no sangue, e manter o açúcar no sangue normal depende da função tireoidiana adequada.
Como o Hipotireoidismo Afeta a Glicemia
Nós vimos como a alta e baixa glicemia causam disfunção tireoidiana. Por outro lado, o hipotireoidismo pode causar síndrome metabólica e disglicemia através de uma variedade de mecanismos:
- Retarda a taxa de captação de glicose pelas células
- Diminui a taxa de absorção da glicose no intestino
- Retarda a resposta de insulina em elevados índices glicêmicos
- Retarda a liberação de insulina no sangue.
Estes mecanismos apresentam-se clinicamente como a hipoglicemia. Quando você está com hipotireoidismo, suas células não são muito sensíveis à glicose. Assim, embora você tenha níveis normais de glicose no sangue, você terá os sintomas de hipoglicemia (fadiga, dor de cabeça, fome, irritabilidade, etc.).
E uma vez que as suas células não estão recebendo a glicose que precisam, suas glândulas suprarrenais irão liberar cortisol para aumentar a quantidade de glicose disponível para elas. Isso causa um estresse crônico, como descrito acima, que suprime a função da tireoide.
Para mais informação veja os artigos sobre como a hiperglicemia e a hipoglicemia afetam a tireoide.
Celso Luiz Barros diz
Olá, trato à 4 anos hipotireoidismo de Hashimoto e tive melhoras no meu quadro, mais sempre tenho algumas recaídas com sintomas de fadiga, etc. A hipo está controlada como medicação com as quais os médicos sempre querem aumentar. Estou evitando o consumo de glúten e tem me feito muito bem, mas a classe médica está muito mal preparada para este assunto pois envolve muitos detalhes.
Um abraço e força galera!
Daiana diz
OI realmente os médicos não orientam sobre alimentação.
Luciane Gomes diz
Lendo as informações do site, percebi o quanto estou sendo prejudicada…
Johnny diz
Eu trato a hipotireoidismo à 10 anos e nunca tinha pesquisado sobre o assunto… Meu médico se aposentou e o que ficou no lugar dele nem me ensina direito e me recomendou a compra o remédio de marca e não o genérico! Alguém sabe me dizer se um dos males do remédio causa varizes? Ninguém na minha família tem e estou vendo que vou ter! Eu às vezes mudo de humor do nada! Às vezes estou feliz e do nada fico triste, bravo etc…
Ana Patricía Rosa Cunha diz
Foi ótimo ter descoberto este site sobre hipotireoidismo, pois fiz alguns exames e o meu TSH está alto. Já começei o tratamento, mas as dúvidas sempre surgem. O médico disse que estou com hipotireoidismo de Hashimoto. Estou com esquecimento. É normal?
Dr. Robson Trigueiro diz
Cara Ana, os problemas de memória são um sintoma comum do hipotireoidismo e de Hashimoto. Por favor veja os artigos sobre a tireoidite de Hashimoto para saber mais.
Laura Lopes diz
Adorei o site esclarece muitas dúvidas. Obrigada.
Vanessa diz
Descobri há um ano que fui acometida com a doença de Graves e hipertiroidismo. Mas nesse mesmo período já descompensei duas vezes e estou com hipotireoidismo no momento. Esse site tá me ajudando bastante, gostaria de saber se posso continuar realizando musculação normalmente?
Dr. Robson Trigueiro diz
Pode e deve continuar a musculação. O que quer dizer com “descompensei”?
Claudia Grisi diz
Sofremos do mesmo mal. Tenho doença de Graves, porém para regular o TSH fiquei com uma dose de medicação que me deixou com hipotireoidismo. Gente, que horror. Meus pêsames para quem sofre de hipotireoidismo. Eu não tenho vontade de fazer absolutamente nada, praticamente não saio da cama o dia todo, só levanto para comer e olhe lá. Quero ter hipertireoidismo de novo… Já estou regulando a dose da medicação, mas tenho uma dúvida. Minha vontade de comer doce está elevada. Será que é referente ao humor ou a essa alteração descrita no artigo?
Rosemary Werneck diz
Sofro alguns anos com o hipotireoidismo.Mesmo com o medicamento não consigo eliminar o inchaço e o aumento de peso. Mesmo com um controle alimentar. Já estou tomando 150 mcg. Demorou muito para que pudesse estabilizar. Me sentia muito desanimada com tudo, e sem perspectiva de melhora. Minha pele muito ressecada, cabelos fracos e mau estar. Me sentia muito envelhecida, deprimida. Além da barriga inchada constantemente. Deprimi mais ainda, quando os médicos me deram a notícia que não poderia fazer a abdominoplastia devido a minha situação. Teria que perder peso. Algo que achava que dependia de mim. Até que resolvi dar inicio a dieta da tireoide com proteína indicada por esse site. Já consegui desinchar e já perdi peso em poucos dias. Só ainda não quis me pesar. Estou aguardando completar um mês. Mas já posso sentir uma melhora muito grande. Estou me sentindo mais leve, minhas roupas já estão largas e estou mais ativa. Inclusive com ânimo para atividade física. Achei que nunca mais voltasse ter essa sensação de novo em minha vida. Uma dieta que não me traz nenhum transtorno. Não sinto fome e não sinto vontade de comer besteira.
Dr. Robson Trigueiro diz
Oi Rosemery. Fico feliz por você ver resultados. Não tenha medo e não espere para subir na balança. Volte para contar o resultado 🙂
Richard diz
Qual dieta você fez? O que tomou?
Michelle diz
Muito bom o conteúdo deste site. É uma pena que muitos médicos endocrinologistas e nutricionistas, mesmo quando questionados sobre a relação do gluten com o hipotireoidismo, dizem que não passa tudo de mito. Eu também me sinto melhor nos dias em que fico sem ingerir glúten, tanto na disposição quanto no inchaço. Parabéns pelo site.
Patrícia diz
Sinto todos esses sintomas. Tenho muito desânimo. Sinto vontade de chorar só de pensar. Tudo está mais difícil, mais lento…minha memória então. Muito triste. Meu cabelo…. Já fui em vários médicos, em 3 endocrinologistas. Foi constatado que tenho tendência à auto imune na tireóide, mas que os valores estão normais. Constatado hipoglicemia reativa, intolerância à lactose. Não sei o que fazer. Sou de Brasília-DF.
Visa Hartelose diz
Olá Patrícia. Peço que não desanime, você não está sozinha. Com uma boa alimentação e exercícios diários, você consegue diminuir sua levotiroxina sódica drasticamente, recuperando a saúde capilar e corporal. Exclua o glúten, açúcar, álcool, frituras, transgênicos, diminua os goitrogênicos, cianeto e ômega 6, tome cuidado com os fitatos e oxalatos (pois interfere na absorção de vitaminas essenciais para a saúde da tireoide) e com a glicemia, falta de vitamina D, B12, cálcio, magnésio, iodo, ômega 3 e selênio (são essenciais para o bom funcionamento da tireoide, seu excesso também faz mal). Evite suplementar essas vitaminas na versão sintética. Quanto a lactose, exclua da sua dieta, isso é um veneno. Se possível, adote o veganismo. No começo pode parecer uma dieta restrita, mas quando adotá-la verá que tem uma gama imensa de alimentos saudáveis e práticos para consumir. Pratique aeróbica ou musculação. Faça algo para relaxar, como Yoga ou coisas simples como deitar debaixo de uma árvore e ler um livro. Evite o estresse. Tome banho na água fria, pois estimula a tireoide. Boa sorte.
Ana diz
Viva! Sou de Portugal, tenho 44 anos, desde os 16 que vivo num caos infernal entre médicos incompetentes, um país de gente que valoriza o que é errado, machismo cultural, familiares desistentes, violência doméstica, desemprego, stress e toda a gestão de me livrar desta completa ignorância e incúria. E a boa notícia é que estou a conseguir. De há dez anos a esta parte, tenho conseguido tudinho, completamente sozinha, com a ajuda de um filho único, um espanto de rapaz, de 18 anos agora, e do conhecimento que a net me tem proporcionado. Enfrentei o medo e a verdade, consegui estabilizar a depressão e a ansiedade. Larguei glúten, açúcar, lactose, carne. Foi progressivo, e nunca foi taxativo, porque compreendi que pode ser pior. Porém, num ano inteiro, é raro ingerir esses alimentos. Tomo suplementos. Magnésio, complexo B, ferro+ácido fólico, cloreto de magnésio, cistina e selénio. Ainda não iniciei vitamina D apenas. Também não faço exercício físico rotinadamente ainda. Mas durmo muito ainda. E se não durmo mais de 12h por dia, vivo com um nó na garganta, mal estar no estômago, agitação, ansiedade, dificuldade de concentração, ardor nos olhos, um nó esquisito e aflitivo entre a parte posterior do nariz e garganta. Se ingiro café melhora bastante, mas ao fim de algumas horas os sintomas ficam ainda mais intensos. Suspeito de síndrome metabólica, devido ao stress pós traumático que vivi. Suspeito de desiquilíbrios nos neurotransmissores como a dopamina, a neuroadrenalina e a serotonina, embora o anti-depressivo que tomo há 15 anos, a venlafaxina de libertação prolongada, me faça muito bem e eu até tenha diminuído substancialmente a dosagem ao longo dos anos. Sinto-me muito mais equilibrada em tudo, muito mais saudável, muito mais feliz, serena e capaz, mas este problema dos sintomas que descrevo e do sono, não me permitem ainda trabalhar de forma a sustentar-me sózinha, e por isso tenho de viver na presença de algum stress familiar completamente indesejável e condicionantes financeiros que derivam muito disso. Por cá, os médicos não querem saber de nada disto. Dizem que sim, que pode ser, mas não têm soluções nenhumas. Já estaria morta, com certeza, se fosse a confiar só nele e nas soluções que (não) me dão. Este site tem sido a maior alegria da minha vida, depois do meu filho bonito e do que consegui na vida, evidentemente. Parabéns! Fico mesmo feliz por ver que estão a ajudar tanta gente completamente “deitada fora” neste mundo… Fico mesmo feliz com o “património” que estes doentes partilham para a medicina e para este mundo, em tudo, em experiência de vida, em sensibilidade e coragem, em conhecimento e resiliência. Acho que nem ninguém se apercebeu bem disto ainda… 🙂 Deixo a questão: o que posso fazer a estes sintomas? Alguma sugestão, por favor? Mais alguém sente este horror diário há anos, este mal estar que se dirige entre a cela turca, adenóides, garganta, estômago, cérebro e sistema nervoso central? Já pedi TAC craneana, para verificar se existe algum adenoma hipofisário, mas os meus médicos dizem que nestes casos existem sempre ou quase sempre adenomas hipofisários e muitos não são encontrados em TAC… Além disso que nada garante que a correcção cirúrgica ou ressecária de um possível adenoma seja solução. Ora batatas para eles! Sugestões para isto? Alguém tem? Obrigada desde já. Continuem SEMPRE este brilhante trabalho! Mais uma vez MUITOS PARABÉNS! Bem hajam!!!
Luisa diz
Muito esclarecedor o site! Tenho hipotiroidismo desde criança e sou diabética tipo 1. Hoje estou com 26 anos e agora que estou entendendo essa tal tireoide. Os médicos tratam o problema de uma forma muito básica.
Elizabeth Fancio diz
Tenho uma dúvida clinica. Sofri muito com os sintomas de insuficiência adrenal, inclusive hipoglicemia. A reposição com hidrocortisona tem ajudado muito, a PA que era sempre 8/5, está agora em torno de 11/7 e me sinto melhor. Tinha TSH 3,5, T4L e T3 normais no exame de sangue. A médica prescreveu T4 com T3. Num exame recente o TSH caiu para 1,6 e os valores de T4/T3 praticamente não mudaram. Qual seria a interpretação desses resultados? A minha consulta ainda vai demorar, e estou preocupada.
Dr. Robson Trigueiro diz
Tente utilizar o mínimo possível de cortisona, ou seja, apenas o suficiente para se sentir bem. Uma dosagem de 30mg por dia é segura durante vários meses, mas dosagens maiores tornam mais difícil o periodo quando você acaba o tratamento. Não sei como está a sua sensibilidade à insulina e peso, mas melhorar isso ajuda a controlar a hipoglicemia. No programa da tireoide tenho um livro sobre o tratamento da fadiga adrenal que tem várias dicas sobre alimentos, suplementos e hábitos de vida para melhorar o problema. Veja as dicas da dieta da tireoide que também melhoram essa situação. As dicas aqui do site fortalecem a tireoide e o sistema adrenal que é essencial para o funcionamento normal da tireoide.
Elizabeth Fancio diz
Obrigada. Desculpe. Formulei mal a pergunta. O que eu gostaria de saber é se com a reposição diária de T4 40ucg e T3 20ug, a queda do TSH de 3,5 para 1,6 sem alteração dos resultados do T4 e T3 (que já estavam dentro do normal) é o resultado esperado. Ou o T4 deveria aumentar?
Dr. Robson Trigueiro diz
Não é necessário aumentar o nível de T4 no sangue, mas é provável acontecer se aumentar a dosagem. O mais importante é ver como se sente e manter os valores na referência.